sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Hoje não teve brilho no teu olhar
Hoje não teve tanta luz no teu andar
Hoje não vi o Sol refletido no seu sorriso
Hoje a noite vai ser escura
Se você não gritar...
Clara!
O navio manteve-se, por muito tempo, ancorado em páginas em branco, mas agora ele zarpou em mares de tinta e oceanos de reflexões para preencher o vazio do silêncio.

Voltei

Como dizem os filósofos de boteco:
Um bom filho a casa torna.
Voltei, mas voltei com uma bagagem interna recheada de novas experiências e convicções
Voltei com a mente mais cheia e mais fresca, com pensamentos pulsantes e mais concretos, mesmo que sejam pura viagem 
Voltei com o corpo forte, resistente, uma armadura quase blindada
Voltei convicta do que fui, do que não sou, do que não vou ser
Voltei convicta do que já quis, do quero.
Enfim, VOLTEI!

terça-feira, 24 de julho de 2012

Levantei a persiana e
Abri a janela.
 Coloquei até a cintura pra fora
O sereno deu lugar ao Sol.


domingo, 22 de julho de 2012

O navio mudou a rota,
O Sol abriu no horizonte
É hora de começar tudo de novo
Virar a página,
Colorir os próximos capítulos.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Prazer

A lucidez esvai-se e a selvageria do desejo carnal invade o corpo. O sincero amor dá lugar à mais gentil promiscuidade. O gosto do perigo, o cheiro do proibido e a violência do prazer dominam o corpo, a mente, a alma e eternizam o momento. O suor seca a sanidade e santidade. Os pensamentos somem e o foco é um só. O atrito e a intensidade só deixam querer mais. O toque da pele e o movimento intenso são deliciosamente sincronizados.
Quando o espetáculo acaba só resta gozar do prazer do momento, sentir um ar de satisfação e felicidade tomar o ar e te fazer relaxar.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Amarras

Tornou-se impossível desatar os nós, livrar-me das amarras. Tentei mas não consegui. Desvencilhar-me de você é intensamente impossível. Desvencilhar-me de você é desvencilhar-me de mim.
Caminhar sem você, é caminhar no escuro, sem chão sem direção.
Meu coração está amarrado, fundido ao seu. Respirar sem você é não respirar.
Lindo e frágil como um castelo de areia, um dia resistiu às ondas.

Deixei de caminhar, deixei de respirar. Você se foi sem olhar para trás, sem virar-se sequer para fechar a porta. Senti minha essência esvair-se. Seu perfume ainda estava aqui, seus discos, sapatos, camisas, cuecas, tudo, menos você. Sua xícara ainda estava na pia, com o resto do café de hoje cedo nela, secando no fundo, os farelos do seu pão ainda estavam no prato. As marcas da briga ainda estavam grudadas nas paredes, chão, teto, cama, sofá, mesa, as palavras ainda estavam soltas no ar.

A porta permanecia aberta, não haviam forças em mim capazes de me fazer levantar, viver. A porta permanecia aberta, esperançosa, ansiosa pelo seu retorno. A chuva entrava pela janela assim como minhas lágrimas escorriam pelos meus olhos, sem vergonha, sem cerimônia.

A última imagem da minha vida é essa, eu assistindo meu mundo inteiro ir embora pela porta do nosso apartamento de um quarto, me deixando jogada no chão, derrotada, acabada, sozinha, desamparada. Se houvesse alguém para me dar um conselho, diria para seguir a minha vida, eu apenas responderia que não há mais vida. Ela se foi pela porta da frente.

Sentada de frente à porta fiquei por horas, dias, nem sei. Sentada de frente à porta fiquei esperando seu retorno, esperei o tempo que o destino me proporcionou. O tempo que meu coração tinha pra bater, ele estava condenado. Você o condenou, plantou uma bomba relógio nele assim que encostou seus compridos e macios dedos na maçaneta da porta.

Minha vida se foi, minha essência, meu sorriso, minhas sensações e sentimentos. Virei um corpo gélido, agora deitado, de frente à porta.