domingo, 26 de dezembro de 2010

Céu

Céu acizentado como se o mundo, a vida, tivessem perdido a cor, a energia.
Que sensação gostosa, deitar na rede e admirar a tristeza de um dia nublado.
O céu chora como um menino órfão, abandonado na solidão. Ponha sua tristeza para fora, mostre para nós aqui embaixo sua mágoa. Grande menino.
Grande menino que hoje chora para lavar a alma dos que choram aqui.
Céu acizentado que me faz ficar horas deitado na rede contemplando-te.
Um dia nublado como qualquer outro. Um dia nublado que estimula minha vontade de viver.
Agradeço-lhe por existir, grande menino chorão.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Sem fim

Vago por uma rua estreita, escura e sem fim, sem poder enxergar nada, vagando pelo vazio, as paredes me espremem a ponto de me sufocar, não tem ninguém para ouvir meus gritos de socorro. Vou chamar esse lugar de solidão.
Não gosto daqui, tenho medo, esse lugar me deixa sem ar, sinto como se fosse morrer a qualquer instante e não há ninguém para me socorrer, estou completamente só.
Não consigo encontrar sequer uma luz, como se estivesse perdido os sentidos, pleno breu, sem parar de procurar uma luz, andar tornou-se pesado, como se estivesse carregando algo muito pesado nas costas, a escuridão acomodou-se sobre meus ombros.
Sugando minha energia, meu ar, meus sentidos, estou morrendo aos poucos, sem ajuda ou socorro, morrerei só nessa rua escura sem fim, talvez só assim encontrarei uma luz qualquer.