quarta-feira, 23 de março de 2011

Madalena,

Esta é a úlima carta que lhe escrevo e não trago boas notícias.
Neste tempo que fiquei sem lhe escrever, aconteceram coisas que mudarão as nossas vidas. Então, peço que não chore, será doloroso demais para mim, quero que siga seu caminho, um dia nos encontraremos novamente.
Na última vez que fui ao campo de batalha nessa maldita guerra, fui baleado na cabeça e no coração e ali mesmo deitei e fiquei, não muito tempo depois, uma mulher acabada com olhos cansados e a coluna curvada ajoelhou ao meu lado e disse que me levaria para um lugar calmo e bonito, então, me pegou nos braços e me levou dali, no colo, como se eu fosse um bebê.
Não me lembro de como cheguei aqui nem se a viagem demorou, mas quando acordei eu estava deitado, a moça não estava mais aqui, tinha apenas um homem barbudo sorrindo para mim dizendo um bocado de coisas que não consegui entender, só entendi que onde estou se chama Éden.
Foi então que percebi que eu estou morto.
Meu amor, não tema a morte, aqui é bonito e tranquilo, não sofrerás e tudo sairá perfeitamente bem.
Te aguardo aqui meu bem, mas não tenha pressa. Vá ser feliz.
Eu te amo.

Mauricio

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